sexta-feira, 9 de julho de 2010

Capítulo VII – Passado.

Evelyn e Frank estavam abraçados no sofá, vendo um filme antigo que passava em um canal da tevê à cabo. O silêncio entre os dois reinava como paz para ambos, mas dentro da mente de cada um, dúvidas sobre o futuro estouravam em suas cabeças sem nenhuma resposta.
Era difícil poder ao menos imaginar como as coisas seriam daqui pra frente. Enquanto Eve tentava procurar uma solução, Frank apenas sentia-se feliz em meio a tanta preocupação. Ela o havia aceitado, mesmo com seu passado turbulento. Ela realmente era tudo aquilo que ele esperava ser.
“A sua audiência será daqui a um mês. Como se sente?” Ela por fim resolveu perguntar.
“Preocupado.”
“Amor, e todo esse tempo em liberdade, o que você fez? Eu digo, em relação ao trabalho.”
“Minha sorte é que sempre guardei dinheiro. Ainda tenho o bastante para viver por uns cinco anos sem fazer nada.”
“Entendo. E todas essas suas saídas durante a tarde? Para onde ia sendo que me dizia que ia em busca de emprego?”
Ele respirou. Sim havia mentido durante todos esses dias. Mas tinha um motivo de força maior.
“Conversar com meu advogado. Estamos tentando buscar a garota que me acusou de estupro. Ela é minha única salvação.”
“Certo. Você me disse também que foi acusado por porte de drogas, mas poderia ter pedido a Justiça que lhe concedesse um exame? Assim poderiam detectar que você não é usuário.”
Mais uma vez ele respirou fundo.
“Eve… querida, como lhe disse, eu não era o homem que você conhece hoje. Quando estava com Chapman eu usava drogas.”
Por um ou dois minutos Evelyn sentiu-se estranha. Era como se estivesse conversando com um de seus pacientes, os menores infratores e usuários de drogas.
“Que tipo delas?” Indagou-o.
“Todas. Mas não com freqüência. Às vezes eram umas, outras vezes eram de outro tipo. Mesmo se eu pedisse o exame, poderiam não ter sido detectadas em meu sangue, mas eu certamente seria acusado de tráfico.”
“Você está certo.”
Mais alguns minutos de silêncio.
“Sente-se arrependida por ter se envolvido comigo?”
“Não, de maneira alguma. Sei do que sinto por você e acredito em você acima de tudo.”
Ele sorriu e à beijou.
“Obrigado por fazer parte da minha vida, Eve.”
“Ambos somos agradecidos por termos um ao outro. Nós vamos encontrar uma saída.”
“Se Deus quiser.”

Um comentário:

  1. ui ui ui. Feeeer, vou parar de ler. Fico muito curiosa.. SIADUHUASIDUIASUDHAS.. tá muuuuito bom, acho que nunca vou cansar de te dizer: você escreve muito bem.

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