segunda-feira, 5 de julho de 2010

Capítulo IV - Refletindo.

Passaram a noite inteira conversando e acabaram dormindo juntos mas, desta vez, na cama de Evelyn. Quem os visse daquele modo poderia jurar que os dois se conheciam a anos, que realmente foram feitos um para o outro. Enxergar isso seria fácil para ambos, mas, aceitar isso seria algo totalmente diferente.
Evelyn não era daquelas mulheres que consideramos "normais", apesar de ser psicóloga. Uma porque já tivera tantos outros namorados e nenhum deles soube suprir suas necessidades. Essas necessidades não se resumiam em sexo mas sim em aceitação de todo e qualquer defeito. Manias, tipos de personalidade a cada dia, tiques… sempre houvera algo que a impedisse de ter uma vida conjugal com um homem.
O outro motivo seria por Evelyn ser totalmente e extraordinariamente dedicada ao trabalho na escola para menores infratores. Aquilo trabalho à deixava exausta todos os dias e exercia grande parte de seu tempo no cotidiano. Problemas, problemas e ameaças até. Recebera inúmeras delas muitas vezes por apenas passar um "sabão" em um dos adolescentes que acompanhava na escola. Apesar disso, nunca desistiu desse cargo e sempre seguiu em frente, acreditava que se aquela situação fosse mudar, seria começando por ela mesma.
De uma hora para outra conheceu Frank, o doce Frank. Ele era engraçado, espontâneo, à entendia perfeitamente tanto na comunicação social quanto corporal e nada previsível nas falas e nas ações, como tantos outros foram. Fora que ele era lindo, tinha um corpo incrível e era um mestre no sexo. Definitivamente ele à enfeitiçara em menos tempo que qualquer outra pessoa fosse capaz de fazer.
Para Frank, encontrar Evelyn justamente naquela fase perturbadora de sua vida era algo perigoso. Ele não queria envolvê-la em problemas, mas também não queria apenas se envolver com ela e sumir num passe de mágica. Ela nem de longe se parecia com nenhuma das mulheres que teve no passado. Esteve tanto tempo longe de um corpo feminino que ela realmente pode completá-lo fisicamente e mentalmente.
Evelyn sempre foi o tipo de mulher com quem sonhara um dia. Casar-se, morar em uma casa bonita e confortável, ter filhos talvez, por que não? Ela era a mulher que procurou por toda a sua vida e finalmente encontrou-a. Estava decidido em ser participativo na vida da mesma e faria qualquer coisa para que ela o aceitasse plenamente e completamente.
Queria também esquecer por tudo o que passou na prisão, por três anos. Depois de tanto tempo de sofrimento, conseguiu liberdade condicional e responderia o processo em liberdade.
Há exatamente quatro anos atrás, envolvera-se com uma mulher por quem se apaixonou cegamente. Seu nome era Bridget, uma jovem que na época tinha 20 anos de idade.
Por um ano tiveram um caso e, depois que descobriu que Bridget era integrante de um grupo de assassinos por encomenda, tentou se afastar mas era tarde demais. Por raiva, a garota armou uma cilada para Frank, onde o mesmo saiu culpado por um estupro em uma menor de idade e por ser portador de drogas. Mesmo sem antecedentes criminais e pelas aparentes provas contra sua inocência, fora mandado para a prisão e ficara por lá três anos.
Decidido a guardar para si o que acontecera por medo de rejeição, adotou uma vida secreta, totalmente diferente daquela que levava antigamente.
O que persistia em sua mente naquele momento deitado na cama de Evelyn, com ela em seus braços, era uma cruel e incansável dúvida:
Poderia entregar-se aquele amor e deixá-la a parte de tudo o que sofrera nesses últimos anos? Valeria a pena arriscar-se tanto?
Por hora, fechou os olhos e estreitou-se mais ao corpo dela, voltando ao doce e puro sono.

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