segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Capítulo X – Jantar.

Eram quase oito horas da noite quando Evelyn e Frank estavam prontos para saírem para a tão esperada noite que teriam juntos, sem nenhuma outra preocupação. Eve estava linda como nunca. Usava um vestido pérola que lhe caía perfeitamente bem. Seus cabelos longos estavam soltos sobre seu busto. Sua pele que já era branca, ficava ainda mais reluzente.
Frank, quando a viu sair do quarto vestida daquele jeito, esqueceu-se de onde estava e quem era. Eve era linda aos seus olhos, mas nunca a vira assim, como estava naquele exato momento. Ele também era um homem terrivelmente charmoso. Seus olhos castanhos amêndoa atraíam a atenção de qualquer mulher. E seu sorriso! Ah, o seu sorriso. Digno dos Deuses.
Os dois estavam completamente apaixonados, haviam se encontrado e cessado a solidão que preenchera parte de seus corações. Eve era dedicada o tempo todo, Frank retribuía. Eram tão completos que se tornaram apenas um ser. Para ele, já era hora de avançar um passo para firmar tudo aquilo que estavam vivendo. Eve nem sonhava que isso iria acontecer, nessa noite.
“Você não poderia estar mais linda, meu amor.” Ele disse depois de observa-la por tanto tempo. Ela deu graças por quebrar o silêncio que consumia o local, estava ficando constrangida pelo olhar de Frank.
“Obrigada, querido.”
“Vamos?”
“Claro.”
Eles sorriram um para o outro.

Já no restaurante, Eve estava observando cada detalhe de onde estavam.
“Esse lugar deve ser caríssimo.” Ela pensou.
“Amor?” Ele a chamou.
Eve sorriu direcionando o olhar para Frank.
“Aconteceu alguma coisa?”
“Não. Por quê?”
“Está quieta.”
“É que eu não estou acostumada a freqüentar lugares assim.”
“Relaxe, meu anjo. Quis trazer você aqui essa noite para fazer um pedido.”
“Pe-pedido?”
Ele riu ao vê-la gaguejar. De certo já sabia do que se tratava.
“Sim, um pedido.”
“Que pedido? Amor, está calor aqui, não? Preciso de água.”
“Vou chamar um garçom. Mas querida, eu pedi um vinho especial para nós dois. Alguém irá trazê-lo.”
“Tudo bem eu espero.”
Ele à olhou desconfiado.
“Está estranha. Ansiosa.”
“Não é nada, querido.” Respondeu sorrindo.
“Bom, podemos retomar a nossa conversa?”
“Sim, claro!”
“Certo… bem eu, já venho me preparando há alguns dias para te fazer esse pedido. Quanto mais eu me preparei mais eu vi que não chegava a lugar nenhum então, resolvi confiar no meu improviso.”
Ela aguardou ele continuar.
“Eu sei que posso não ser o que você sempre sonhou… posso ter te envolvido em um problema tão grande, ou ser todo problemático em relação a minha vida. Mas o fato é que minha vida por mais confusa que seja, só fez o exato sentido quando eu te conheci. Quis ser uma pessoa melhor e definitivamente mais completa, ao seu lado. Você é linda Eve, tem todas as características que eu sempre sonhei em uma mulher, quero que seja minha eterna companheira, a mãe dos meus filhos… mas para que isso aconteça, preciso que me responda uma simples pergunta… Evelyn você aceita ser minha esposa? Deseja se casar comigo?”
Eve ficou 5 segundos sem responder. O coração de Frank foi à boca e por pouco não escapou.
“Nossa!” Ela exclamou. “Eu jamais pensei que fosse me pedir em casamento… quer dizer, que fosse me pedir em casamento hoje.”
“Bem, e… você? O que me diz?”
Ela sorriu.
“Desculpe, é que nunca me pediram em casamento antes, estou tentando absorver o máximo que consigo de alegria desse momento.”
Frank riu.
“Então a resposta é…”
“Sim, eu aceito me casar com você.”
Ele sorriu.
“Agora descobri o por quê de ainda não terem a pedido em casamento.”
“Por quê?”
“Conhecendo você, dava para julgar que iria reagir desse jeito depois do pedido. Amor, você quase me matou de susto.”
Eles riram juntos.
“É que, é tão constrangedor.”
“Como assim?”
“Não! Me expressei errado. Eu quis dizer que não esperava por isso e, por mais que já temos alguns meses de relacionamento eu fiquei nervosa com o pedido.”
“Sente alguma dúvida do que eu sinto por você?”
“Não. Sei que me ama de verdade.”
“E tem alguma dúvida sobre o que sente por mim?”
“Também não.”
Ele fez uma pausa e com um sinal com a mão indicou-a para esperar. Havia mais uma coisa. Retirou de dentro do bolso do paletó uma caixinha preta de veludo.
Era o anel.
“Posso colocar?”
“Claro!” Respondeu com um sorriso que atravessava seu rosto.
Frank pegou delicadamente sua mão e, colocou o anel em seu dedo. Eve sentiu-se, de uma maneira estranha, como se fosse dele agora. Como se realmente ele fosse responsável por ela, agora. Ela gostou disso. Não foi uma sensação de possessão masculina, mas um conforto de que agora sentia mais certeza de que ele realmente a queria para sempre. Ela pertencia a ele, assim como ele pertencia à ela.
“Este anel, pertenceu a minha avó, passou para minha mãe e agora é seu.”
“É lindo meu bem!”
“Desculpe-me.” De repente uma mancha de tristeza tomou conta de seu olhar. O fato de mencionar sua avó e sua mãe, o fez sentir-se sem ninguém da família para poder compartilhar a felicidade de ter pedido em casamento a mulher da sua vida.
Sua adorada avó iria sentir-se orgulhosa de seu único neto. Sua mãe, já estaria providenciando a festa do casamento. As duas com toda certeza adorariam Evelyn. Ela era exatamente tudo o que desejavam para Frank.
Mas devido ao que aconteceu, não tinha mais contato com sua família. A única lembrança agora era o anel que havia colocado na mão de Eve. Pensou em comprar um novo, para não precisar passar por isso. Mas lembrou-se de como o casamento de seus avós e de seus pais havia dado certo. Nunca fora de acreditar nessas coisas, mas queria acima de tudo, uma simples certeza de que daria certo com ela, agora. Eve realmente fora a única que decidiu presentear-lhe com o anel.
“Desculpá-lo? Por?” Indagou Eve, retirando-lhe do momento de devaneio.
“Por não ter uma família para compartilhar esse momento.”
“Você tem, sou eu. E a minha família vai adorar recebê-lo, como um filho.”
“Eu sei querida. Mas gostaria tanto que minha mãe à conhecesse. Que você conversasse com ela e pudesse vê-la como sua própria mãe.”
“Meu bem, já conseguimos muita coisa. Agora que temos a esperança de provar sua inocência, podemos entrar em contato com eles e contar tudo o que aconteceu.”
“Não sei se…”
“Sabe sim. Família é uma só e eles nunca abandonam. E eu garanto que sua mãe chora por ter se afastado. Se eles se recusaram em lhe visitar na cadeia, perdoe-os. Mas não os julgue sem antes saber o que aconteceu.”
Ele suspirou.
“Vamos pedir nossa comida. Estou morrendo de fome.” Ela por fim disse, mudando de assunto. Não queria que em pleno aquele dia, o mais feliz de todos, se resumisse em tristezas.
“Claro!”

Era quase uma hora da manhã quando voltaram para casa. Eve estava exausta. Passara o dia todo no salão fazendo tudo o que tinha direito, respondeu a um pedido de casamento, jantou fora, e ainda fora assistir um filme com Frank.
O sono era quase que dominante.
“A futura Sra. Murray está cansada demais ou é apenas impressão minha?” Ele indagou em tom de brincadeira.
“Estou exausta.” Ela respondeu deitando-se no sofá fazendo com que o vestido que usava subisse um pouco, deixando suas coxas mais a mostra. Aquilo mexeu com os sentidos de Frank.
“Exausta para mim, também?” Ele se aproximou do sofá, sentou-se perto das penas dela e retirou-lhe os sapatos.
“Querido.”
“Evelyn Young deseja ir para o quarto?”
“Sei bem o que você deseja.”
Ele riu, à pegou no colo e levou-a para o quarto.

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