domingo, 27 de junho de 2010

Sentenças do Destino - Capítulo I - Chuva.




Londres, sexta-feira dia 31 de janeiro de 2003. Na entrada da Turnmills, uma das boates mais conceituadas da cidade, está Evelyn uma jovem mulher de 23 anos. Ela, que aguarda ansiosamente por uma noite de divertimento e descanso, tem seu espírito de festa destruído quando começa a chover. Talvez não só o espírito dela, mas de todos os outros que aguardavam na fila.
"Mas que droga! O dia inteiro enrolando para chover e justamente AGORA é que essa chuva cai. Eu tenho muita sorte mesmo!" Evelyn blasfemou.
"Se fosse só você garota", disse uma outra jovem atrás dela já tirando o guarda-chuva de sua bolsa. "Ainda bem que sempre penso na chuva, esse tempo está fora do ar. Pode amanhecer o dia mais belo de toda a Londres e do nada tudo se fecha…", ela abriu o guarda-chuva. "Bem, é grande o bastante para nós duas, se você quiser é claro, a não ser que goste de tomar chuva… enfim."
Evelyn não pensou duas vezes e entrou embaixo do protetor.
"Muito, muito obrigada!" ela agradeceu.
"Disponha. Não me custa nada", sorriu. "Qual seu nome?"
"Evelyn, e o seu?"
"Anne… na verdade me chamo Annete, mas me chame de Anne, soa mais "normal"."
"Muito prazer Anne."
Sorriram mais uma vez e o assunto parou aí, neste exato ponto. Pelo menos para Evelyn já que, a imagem de um homem saindo da boate tirou todas as idéias de puxar uma amigável conversa com Anne.
"Ele está saindo? A festa mal começou e ele está saindo?" pensou. "Talvez eu… não! Você só pode estar louca, nunca o viu na vida e já quer puxar assunto com aquele rapaz? É melhor continuar na fila e conversar com a garota do guarda-chuva."
O rapaz parou onde estava e olhou para trás e olhando para o relógio no pulso logo em seguida.
"Só pode estar esperando alguém. Talvez tenha brigado com a namorada e resolveram sair da festa…"
Ele voltou a caminhar e olhou para Evelyn, assim que se aproximava da mesma.
O rapaz chama-se Frank. 28 anos e muita história para contar da vida. O fato era que ele conhecia Anne, a "garota do guarda-chuva" assim como Evelyn havia denominado, e resolveu parar por alguns segundos, apenas para cumprimentar a jovem.
"Impressão minha ou ele está se aproximando? E sorrindo? Mas…", Evelyn.
"Ei Frank! O que está fazendo aqui?" disse Anne.
Ela à beijou no rosto.
"Bem, até eu tenho uma vida social, apesar de ser difícil de acreditar", disse e olhou para Evelyn, que estava com os olhos vidrados nele. Ela corou ao perceber que estava sendo correspondida nos olhares e desviou o rosto. "Vocês são amigas?"
"Na verdade, acabamos de nos conhecer, o nome dela é Evelyn. Evelyn este é Frank.", Anne.
Eles sorriam um para o outro.
"AH, então acabaram de se conhecer?"
Ele disse esperando uma resposta da boca de Evelyn. O engraçado foi ela ficar uns segundos calada, sem saber o que dizer.
"Diga alguma coisa, diga alguma coisa."
"É, Anne me ofereceu o guarda-chuva quando começou a chover e… começamos a conversar", ela por fim disse.
"Anne e seu coração grande" ele disse sorrindo e logo depois olhou para o relógio novamente.
"Com pressa?" Anne.
"Não… eu só… eu, só quero… ir pra outro lugar."
"Hum…"
"Ir para outro lugar? É melhor eu perguntar se esta festa está um fiasco, pelo menos eu me livro disso tudo e vou embora para casa assistir um bom filme, e tomar sorvete."
"A festa está ruim?" Evelyn indagou.
"Ruim? Não exatamente, eu diria que não é o meu estilo de festa", respondeu gentilmente.
"O seu estilo é ficar em casa vendo filmes de ovnis e comendo pipoca", brincou Anne.
"Na verdade, meu amigo me deu um furo daqueles e eu não estava afim de ficar ali, sozinho. Vou para um pub*¹ aqui perto."
"Entendo", Evelyn.
"Você também não parece estar com um espírito de festa", Anne para Evelyn.
"Bem, na verdade minhas amigas me chamaram, elas já estão aí dentro mas, eu confesso que minha vontade seria estar em casa vendo um bom filme."
"Olha, eu não sou um dos melhores companheiros e… pelo fato de nós não nos conhecermos direito ainda, você pode achar estranho mas… gostaria de ir comigo? Me fazer companhia, tomar uma boa cerveja e talvez enfrentar um karaokê?" investiu Frank.
Evelyn olhou para todos os lados que podia, estava ponderando a idéia. Realmente seria loucura aceitar esse pedido, mas… se fosse assim, como poderia conhecê-lo? Frank era charmoso e emitia total segurança sobre o que estava falando e, que voz! Era dono de uma das mais belas vozes que já escutara na vida.
Pois bem, seria divertido tomar cerveja e também, fazer uma amizade nova. Se fosse uma noite ruim, daria o número de telefone errado na hora da despedida mas, se fosse boa…
"É, eu acho que seria divertido. Eu aceito."
"Ótimo!" ele comemorou, olhando para Anne logo em seguida. "E você eu nem preciso convidar, vamos também?"
"AH… sinto muito mas eu tenho um encontro aqui. Vão vocês, deixe para uma próxima vez."
"Tudo bem, então…", ele estendeu a mão para Evelyn, "vamos?"
Ela sorriu.
"Vamos", olhou para Anne. "Obrigada pelo guarda-chuva, espero que nos encontremos novamente."
"Claro, pegue o número de meu telefone com o Frank, assim podemos de marcar alguma coisa juntas, um almoço talvez."
"Pode deixar. Tchau."
"Tchau, e aproveitem."
Eles acenaram e partiram.

Pub, deriva-se do nome formal ingles “public house”. É um estabelecimento licenciado para servir bebidas alcoólicas em países e regiões de influência britânica. Embora o termo haja diferentes conotações, há pequenas diferenças entre pubs, bares, botecos e tavernas, todos eles onde bebidas alcoólicas são comercializadas. O pub que oferece acomodações pode ser chamado de “inn” ou mais recentemente chamado de “hotel” no Reino Unido. Hoje em dia muitos pubs no Reino Unido, Canadá e Austrália que ainda mantem a palavra “inn” ou “hotel” no nome não mais oferecem acomodações e em muitos casos nunca os fizeram.



Próximo capítulo ainda essa semana. 

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